O PURGATÓRIO E A ORAÇÃO
PELOS MORTOS
Os protestantes dizem que não adianta orar pelos mortos, pois a oração
deve ser somente por aqueles que estão em vida. Para entender melhor vamos
fazer um resumo do que acontece com os que morrem. Vejamos bem: Os que morrem
na graça de Deus se salvam. Vão diretamente ao Céu. Os que rejeitam a Deus como
Criador e a Jesus como Salvador durante esta vida e morrem em pecado mortal se
condenam. Esta resposta é clara entre Católicos e protestantes.
Mas o que acontece com os que morrem em pecado venial ou que não
satisfizeram plenamente por seus pecados? Aí está a diferença entre Católicos e
protestantes. Os Católicos acreditam no Purgatório que é um estado por meio do
qual, em atenção aos méritos de Cristo, se purificam as almas dos que morreram
na graça de Deus, mas que ainda não satisfizeram plenamente por seus pecados.
O Purgatório não é um estado definitivo mas temporário. E ficam neste
estado aqueles que ao morrer não estão plenamente purificados das impurezas do
pecado, já que no Céu não pode entrar nada que seja impuro (Ap 21, 27).
No Purgatório, Deus em sua misericórdia infinita, purificará suas almas. Um
exemplo bem claro desta purificação está em (Malaquias 3, 1- 4) onde
diz: “Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E
imediatamente virá ao seu templo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que
desejais. Ei-lo que vem - diz o Senhor dos exércitos. Quem estará seguro no dia
de sua vinda? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo
do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros. Sentar-se-á para fundir e purificar
a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o
ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão
as ofertas como convêm. E a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao
Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora”. Se isso não é o
Purgatório, o que é então?
Um outro texto Bíblico é o de (1 Pedro 3, 19 ? 20) onde diz: “É
neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos
no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes,
quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual
poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da água”. Eis aí o
Purgatório novamente!
Mais outro texto é o de (1 Cor 3, 11 ? 15) onde diz: “Quanto
ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus
Cristo”. “Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com
prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha, a obra
de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto
pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção
resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os
danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo”.
Quanto à duração do Purgatório podemos dizer que depois que Jesus vier
pela segunda vez e se puser fim à história da humanidade, o Purgatório deixará
de existir e só haverá Céu e Inferno.
Para os Católicos pode-se oferecer orações, sacrifícios e Missas pelos
mortos, para que suas almas sejam purificadas de seus pecados e possam entrar
quanto antes na glória e gozar da presença Divina. Um outro exemplo que está na
Bíblia é o de (2 Macabeus 12, 43-46) onde se diz: “Em seguida, fez
uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse
um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua
crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos
ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele
acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse
um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório
para que os mortos fossem livres de suas faltas”.
Mesmo mostrando dentro da Bíblia que existe o purgatório, os
protestantes insistem em que esta palavra é uma invenção da Igreja Católica.
Nós argumentamos que tampouco está na Bíblia a palavra "ENCARNAÇÃO"
e, no entanto, todos cremos nela. Tampouco está a palavra “TRINDADE” e todos,
Católicos e Protestantes, crêem neste Mistério. Portanto a argumentação dos
protestantes que não existe a palavra “Purgatório” está equivocada.
Em definitivo, o porque desta diferença é muito simples. Eles só admitem
a Bíblia, em compensação para os Católicos, a Bíblia não é a única fonte de
revelação. Os Católicos tem a Bíblia e a Tradição, isto é, se uma
verdade foi acreditada de modo sustentado e ininterrupto desde Jesus Cristo até
nossos dias é que é dogma de fé e porque o povo de Deus em sua totalidade não
pode equivocar-se em matéria de fé, porque o Senhor se comprometeu com sua
assistência. Uma prova disso, é que, podemos mostrar que a partir dos primeiros
Cristãos do Século I em diante, eles já oravam por seus mortos. É só verificar
nas catacumbas ou cemitérios dos primeiros Cristãos os escritos esculpidos com
muitas orações pelos falecidos.
Caríssimos irmãos! Podemos e devemos fazer orações e sacrifícios pelos
mortos. Devemos rezar por todas as almas, porque não sabemos com certeza, quais
estejam realmente precisando, e em condições de receber o mérito impretatório
das nossas orações e sacrifícios oferecidos a Deus por elas. Estes, e sobretudo
as Santas Missas que fizemos celebrar, não ficarão sem efeito. Pois Deus saberá
aplicá-los às almas que mais estiverem precisando, além de ser para nós,
ocasião de prestarmos a Deus as homenagens que Lhe devemos.
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